Meu inglês está estagnado. O que fazer?

Meu inglês está estagnado. O que fazer?

FabioE pergunta: “Olá amigos, preciso de um apoio psicológico de vocês no meu aprendizado. Help! Há algum tempo atrás, eu li alguns artigos falando sobre a importância do fator psicológico durante o processo de aprendizado de uma língua. Saber isso foi de suma importância para mim. Agora percebo que saber interpretar e entender cada fase de nosso aprendizado é imprescindível se quisermos continuar firmes e fortes em nossa jornada rumo à fluência. Muitas vezes o aprendiz de uma língua se sente bastante frustrado por nutrir pensamentos pessimistas em relação ao seu nível. 

Outro dia, assistindo ao Hangout do Ulisses Wehby de Carvalho, eu gostei bastante de uma analogia feita por ele, onde ele compara esse processo a alguém que escala uma montanha. A pessoa vai escalando uma montanha e outra e mais outra e, por fim, quando ele acha que já foi longe demais, percebe que ainda há toda uma cadeia de montanhas pela frente a ser escalada. O que, por sua vez, pode resultar em desânimo. 

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Acho que me encontro no estágio da frustração. Sinto que já cheguei muito longe, que me encontro em um bom nível. Muitas vezes sinto que só falta um empurrãozinho para alcançar o nível que desejo. O que mais tem me frustrado é que não estou conseguindo lidar com o que eu passei a chamar de ‘lacunas de vocabulário/conhecimento’: eu estudo muito durante o dia quando chega à noite, vou direto para o Skype para conversar com meus amigos nativos. Porém, sempre me deparo com as danadas das ‘lacunas de vocabulário’, SEMPRE!

O cerne da minha frustração se enraíza no seguinte: Quando isso vai diminuir? Quando eu vou conseguir conversar mais relaxado sem me faltarem tanto as palavras? Por que consigo conversar sobre algumas coisas com certa tranquilidade e outras pareço não saber de nada? Isso já aconteceu com vocês? Ou, mais importante, isso ainda acontece com vocês? Como posso lidar com isso? O fato de não saber quanto tempo vai durar essa fase me aflige, entendem. Eu entendo que quando decidimos aprender um idioma, nunca paramos de aprendê-lo, é algo que carregamos para o resto da vida, todos os dias aprendemos um pouquinho. Não existe um momento em que dizemos ‘Ok, aprendi Inglês, agora é só relaxar!’. Não! Isso não existe. Aprender um idioma é um exercício diário e continuo. Todavia, como devo compreender e passar pelo meu atual momento?”

Oi Fábio,

Antes de tudo, quero lhe parabenizar pelo uso correto da língua-mãe.

Sim, o fator psicológico é importante no sentido de que o aprendiz tem que pensar que é capaz de adquirir conhecimento, qualquer aluno vai pra classe imbuído dessa atitude.
Pense no aluno que está com problemas em entender uma equação, ele está com dificuldade, ele desiste? Ele acha que o problema é com ele? Claro que não! Ele persiste, insiste e não desiste.

Talvez com linguagens haja o problema da comparação, por que achamos que sabemos tão bem o português que inevitavelmente vai servir (até inconscientemente) de base de comparação com outras línguas. É claro que estamos bem grandinhos para lembrar que quando éramos crianças, nossas mães e familiares nos corrigiam o tempo todo. Coisas do tipo “não menino, não é obrigada, é obrigado!”, “da próxima vez não fale meus amigo, é meus amigos…” até cortando nossas sentenças pelo meio, ou quase, por que crianças são muito práticas. Elas dizem “sim mamãe”, e continuam a história. Simples assim.  Até que um dia, sem que haja um tempo definido, uma data precisa ou algo assim, nós mesmos começamos a corrigir nossos colegas. E eles também nos corrigem.

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O problema do inglês, é que, num belo dia a gente acha que sabe, e de repente aparece algo inusitado e bam! Muitos de nós ficamos inseguros e achando que não aprendemos muito. E, Fábio, você pôs isso em palavras e algumas delas foram descritivas não do processo de aprender inglês, mas do dia-a-dia do aluno (de emoções do aluno): “se sentir frustrado”, “nutrir pensamentos pessimistas”, “achar que nunca vai aprender” ou que ele “não foi feito para aquilo”.

Repare que na analogia da escalada da montanha, a pessoa achou que já foi longe demais, e percebeu que ainda há toda uma cadeia de montanhas pela frente a ser escalada. Talvez se ele olhasse pra trás e exclamasse, nossa! Quanto de escalada que eu já fiz! Eu consegui chegar até aqui! Em vez de olhar para o que falta, que aí sim, causa desânimo. Não se preocupe com a fluência, não se preocupe com a jornada longa, mas pare de vez em quando pra apreciar a paisagem, pra conversar, trocar ideia, assistir um filme, ver outra coisa. Quando você volta, você vê as coisas mais claramente, ou de outra forma.

Olha, eu não sou fluente em nenhuma das habilidades, nem escrita, nem fala ou leitura, mas o fato de eu poder me expressar um pouco I just can get by, isso é maravilhoso, acredite! Por outro lado, a consciência de que falta muito, de que não é difícil (contudo não é sem esforço) – English is easy, but not efortless –, é muito bom. Assim a gente não acha que sabe tudo e para em algum ponto. O segredo é saber dosar.

Como você disse fluência é um conceito abstrato, então porque se preocupar tanto? Afinal, não deveria ser você o que vai avaliar se é fluente ou não… Lembre-se: o perfeito é inimigo do bom, e a perfeição é impossível (ou quase) de se alcançar, e mesmo que se alcance, a que custo?

As lacunas de vocabulário que você citou são comuns pra alunos como você e eu, que não usam inglês todo dia, toda hora. Uma maneira de diminuir isso talvez seja usar inglês sempre que possível, fazendo atividades como palavras cruzadas, lendo novels, fazendo provas em inglês, ou tentando ler aquele jornal on-line e, se não conseguir, tem uma versão BBC no Learning English com notícias Inglês-Português.

Assim, a gente tenta falar/descrever coisas de outras formas, por exemplo, para “rede de escola de idiomas” poderia tentar uma language school franchise ou language school, with brands all over the country, ou até mesmo language school owner (para referir-se ao seu amigo) isso não faria tanta diferença. Depois você explicaria que era em vários estados.

Às vezes, não sabendo como descrever a gente simplesmente pergunta, eles respondem e o fluxo da conversa não para. Como você viu, pela experiência, a gente aprende com nossos erros, enganos e embaraços, mais do que com aquela coisa perfeitinha, o professor dando aula, o livro indo do mais fácil para o mais difícil etc.

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Hmm, se sempre acontece? Talvez isso signifique que você sempre está aprendendo… Experiências assim já aconteceram comigo, acontecem e vão acontecer, mas bola pra frente. Afinal eu não sou um professor, pra mim inglês é hobby e um meio de se comunicar, sei que tenho restrições e isso já me ajuda muito!

Carefree! man, carefree!
Take it easy!

Sobre o autor:  Paulo is an English Expert member since February, 2013. His writings somehow mirror his experiences and those of many individuals that peopled his life. Coming from a family with many teachers; say, mother, aunts, a brother, nieces, it seems like it runs in the family, so he is not a teacher by profession, but then somehow he is, at heart.  He was exposed to English at 6th grade and fell in love with it since then; it became a hobby, a welcome intellectual challenge, a decompressing, enjoyable, and meaningful experience.

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