Projeto Aurora Boreal: Suécia e Noruega

Projeto Aurora Boreal: Suécia e Noruega

Após uma viagem rápida de trem, partindo de Copenhagen, chegamos a Malmö, na Suécia, no começo da madrugada. Estava frio e nosso próximo trem partiria em quatro horas. O jeito era dormir ali na estação mesmo. No melhor “mendigo style (no qual tenho certeza que nossas mães desaprovariam e falariam que “não criaram seus filhos pra ficar dormindo em banco de estação de trem”), arrancamos bons cochilos entre um e outro choramingo pelo frio que sentíamos. Enquanto isso, Neto fazia “netisse”: resolveu explorar a cidade.

No dia seguinte, chegamos à linda e moderna Estocolmo. A fofa cidade que nevava constantemente possui um sistema de metrô maravilhoso e extremamente singular: são muito profundos, sendo impossível o uso de escadas comuns, e uma “viagem” de escada rolante durava cerca de três a cinco minutos.

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Subway

A curta escada rolante de 10km de extensão. Fonte: Instituto Brasileiro de Pesquisas Inexatas Camila Oliveira (clique na imagem para ampliar)

Batemos à porta da casa do Lorenzo, nosso host e couchsurfer. Para quem não sabe, Couchsurfing é uma rede social no qual as pessoas oferecem e procuram um sofá para dormir na casa das pessoas, com o objetivo de vivenciar experiências daquela cidade/país como um local vive, e a pessoa que recebe se disponibiliza a apresentar a cidade e os costumes. É de graça e o mais interessante não é a economia que temos e sim o intercâmbio de culturas.

Lorenzo

Esse é o Lorenzo, nosso fofo couchsurfer que fazia um risoto dos deuses! (clique na imagem para ampliar)

O Lorenzo era um couchsurfer indicado por uma amiga dos EUA, que me dera boas referências acerca do rapaz. Italiano – já nem sei mais precisar se nossa relação de amor com os italianos se dava em função das boas companhias, da recepção calorosa ou da comida digna de restaurante cinco estrelas –, Lorenzo dividiu conosco seu pequeno apartamento de 35m2 e eu, o Gui e o Neto dormiríamos em apenas um sofá em forma de L.

Window view

O Gui tirava foto da vista maravilhosa da única janela do apê do Lorenzo… (clique na imagem para ampliar)

Ficamos em Estocolmo por três dias, tempo em que visitamos museus, encontramos a Vitória e o Luís Fernando – amigos da nossa cidade que moram na Suécia –, comi Kanelbulle (o mais que apetitoso, gordelício pão de canela Sueco) e salame de rena – sim, os animaizinhos do Papai Noel, quando descobri qual tipo de carne estava comendo, me senti uma destruidora de lares natalinos.

City Hall

Essa é a Prefeitura de Estocolmo, que fica bem próximo ao apê do Lorenzo… (clique na imagem para ampliar)

Estocolmo

A capital nos surpreende com partes modernas e bairros bem tradicionais, como Gamla Stan (opa gangnam style!), onde encontramos essa igrejinha maravilhosa <3 (clique na imagem para ampliar)

Children

Em Gamla Stan, as criancinhas correm alegres pela neve… (clique na imagem para ampliar)

Camila

Olá, eu sou Camila Oliveira e quero muitos likes no instagram com essa foto =P (clique na imagem para ampliar)

Por fim, já era dia de seguir viagem: de acordo com nossos planos, partiríamos de Estocolmo para Boden, na Suécia, para uma troca de trens e dali continuaríamos até Narvik, na Noruega. Em seguida, pegaríamos um ônibus até Tromsø, nosso destino final. Seriam mais de 30 horas de viagem. Optamos por transporte terrestre – mesmo sendo de igual valor com o aéreo – a fim de aproveitarmos a beleza da natureza. E realmente era incrível. A cor da neve tornava a paisagem naturalmente preto-e-branco e, quando o sol batia no topo das árvores, tínhamos um maravilhoso toque de dourado e laranja naquela imagem monocromática. As poucas horas de sol proporcionaram um espetáculo para nossos olhos e corações, e todo o cansaço de 18 horas sentados fora compensado com aquela bela visão pela janela. E quanto mais ao norte aproximávamos, mais o trem ficava vazio…

Train

Vez ou outra passávamos por casinhas isoladas no meio da neve… (clique na imagem para ampliar)

Train

O dia amahece às 9 da manhã e por volta das 14 já está tudo escuro (clique na imagem para ampliar)

Train

Apenas gelo, muito gelo. (clique na imagem para ampliar)

Train

Sem sol, a paisagem fica completamente preto-e-branco. Mas quando o sol sai, a cor dourada predomina no topo das árvores! (clique na imagem para ampliar)

Zanzávamos pelos vagões à procura do que fazer e em constante contato com o Marco Brotto, também caçador (experiente) de Aurora Boreal, que de tempos em tempos nos informava sobre quão forte estava a atividade da Aurora na nossa região para que nossa caçada fosse bem sucedida.

Quando falo “caçada”, é porque a Aurora Boreal não aparece com facilidade. Ela ocorre em função dos impactos das partículas de vento solar com a atmosfera terrestre, canalizado pelo campo magnético da Terra. Assim, era necessária uma condição climática perfeita – céu sem nuvens, ausência completa de luz, ausência da lua – coincidindo com fortes explosões solares. Logo, ver a Aurora Boreal iria requerer de nós a busca do clima, local e incidência perfeita!

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Passeando pelo trem, vi muitos pôsteres fazendo propaganda de Kiruna, na Lapônia Sueca, intitulando-se o melhor lugar para se ver a Aurora.

– Para de recalque, Suécia, você sabe que a Noruega é melhor! Aceita que dói menos…

Alguém então anuncia algo em sueco pelo alto-falante, e logo concluímos que eram instruções para descer em Boden e fazer aquela troca de trem, já que sabíamos que seria lá nossa próxima estação. Levantamos e começamos a nos preparar para descer, quando uma simpática garota ao fundo do vagão veio em nossa direção para nos advertir:

– Onde vocês estão indo? O maquinista avisou para NÃO descer do trem!
– Uai, mas não deveríamos descer em Boden para a troca?
– Pois é, aconteceu alguma coisa, teremos que voltar para trás e parar em Luleå.

Não sei se eram os -29°C lá fora, mas baixou um frio glacial ártico em minha barriga. Caramba, que raios aconteceu? Por que não nos explicaram nada? TEMOS QUE SEGUIR VIAGEM, voltar para trás não estava nos planos…

Até semana que vem!

Todos os artigos da série Aurora Boreal

  1. O Início da Jornada
  2. Primeiros dias num país distante
  3. O que aconteceu com eles?
  4. Suécia e Noruega
  5. Fim da linha?
  6. Prazer, eu sou a Aurora Boreal!

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Camila

Camila Oliveira

Camila gosta de viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas, ouvir música, sentir aromas, degustar sabores, saborear a vida, aprender novos idiomas. Não quer criar raízes, pois sabe onde é o seu lugar: o mundo.

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