Ler livros antigos em inglês pode prejudicar o estudo?

Quando leio livros antigos em português, deparo-me com várias palavras que não são mais comumente usadas e, particularmente, não me sinto mais culto em lê-las, pelo contrário, até incomoda um pouco ficar lidando com elas.

Então, fico me perguntando: Será que ler livros antigos, em inglês, pode me fazer "ficar perdendo tempo" com várias palavras que não são mais usadas? Sendo mais recomendado esquecer as leituras clássicas e voltar-se aos livros atuais, para quem ainda está em processo de aprendizagem?

Gostaria da opinião de vocês.

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Hi Albert!

Interessante sua pergunta.
Não diria que é perda de tempo, já que toda forma de enriquecimento da língua e válida. E livros antigos, creio eu, são importantes até par adquirirmos cultura (já li The Lord of the Rings e muitos livros de Shakespeare por exemplo). Não só o vocabulário é importante, mas também o estilo de escrita, a tendência literária, etc...
Algumas palavras do inglês moderno tem origem em outras palavras mais antigas e conhecê-las é bom para o entendimento e a compreensão do que se fala hoje. Ademais nem todo o texto antigo, nem todos os textos em si são formados apenas por palavras obsoletas.

Contudo, creio que se basear somente na leitura de livros antigos para o aprendizado não seja o ideal. Sou favorável a, no caso de leitura, a compor uma estratégia:

- Num primeiro momento os livros devem ser aqueles para aprendizes ESL (English as a Second Language), que são aqueles com um alcance de riqueza das palavras compatível com o nível de aprendizado;

- Com a aquisição de uma base razoável, durante o processo, artigos, publicações diversas (até técnicas ou científicas - se esse é seu perfil), scripts de audios e legendas de filmes, comic books (os gibis), até bula de remédio, propagandas, placas ... and so on;

Por fim, o "full text", que nada mas é que o livro exatamente como é vendido nos EUA, Inglaterra, e muitos outros países de língua inglesa. Não são livros para aprendizes estrangeiros, portanto, não vão facilitar a leitura.

Pra finalizar gostaria de dizer que escritores como Shakespeare e Dante, foram grandes responsáveis por darem corpo ao inglês e ao italiano moderno, respectivamente. São estudados e admirados pelo mundo todo. Não quer dizer que precisamos falar ou escrever como eles faziam à sua epoca.

Espero que minhas considerações lhe ajudem de algum modo, OK.

Cheers!

P.S. Já li H. G. Wells tb e tenho acompanhado alguns posts seus sobre um livro famoso dele.
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Talvez seja interessante o uso da regra 20 x 80 (ou talvez devamos ajustar para 10 x 90). Assim leia 90% de textos contemporâneos (inclusive com algumas pitadas de textos informais) e 10% de algum livro clássico.
Mas isso se tiver com tempo, pode até diminuir mais ainda os clássicos, ou livros antigos.
Porém devo deixar aqui explicado que texto antigo nem sempre é tão antigo assim; por vezes a leitura flui de forma amena e por vezes um autor contemporâneo tenta "encher linguiça" e até usa termos rebuscados (para o padrão atuais digo).
Algumas vezes o autor moderno é "chato", a narrativa é lenta e por aí vai. Digo, por exemplo da leitura de "novels" que faço de quando em quando.
Portanto, refiro-me meio que de leitura de lazer, o que no meu caso serve à propósitos múltiplos: aumentar vocabulário, conhecer novas expressões, estilos, desenferrujar a gramática e comparar a gramática da teoria e da prática (o tal do uso em situações informais, coloquiais, etc).

Em muitos casos, e talvez seja o seu também, é bom conseguir livros ESL, como aconselhou o Cinnamon. Esses livros vem em muitas formas e estilos, alguns focam bem nos termos, palavras e expressões em inglês recentes (ou o mais comtemporâneo possível).

No caso do estudante não poder comprar um livro novo, os de até 3-4 anos não o deixariam muito para trás. Além de que, qualquer novidade, qualquer lacuna poderia ser preenchida pela leitura de revistas, sites atuais, videos, etc.
Digo, revistas como a People, sites como O The Economist, VOA, BBC, Wired, etc. Cada um no seu campo de atuação (de interesse do estudante).
Porém deve-se ter o cuidado de não ir para qualquer blog, site, mídia, etc., que não prime pela qualidade e só arruíne o seu inglês.
Há também alguns chats por aí em que a primeira coisa que o aluno aprende é a falar "internetese", palavrão e/ou termos mais vulgares.
Aí quando ele precisa algo mais sólido, ou uma comunicação mais séria, ele não consegue se dar bem!

Aqui, considere que foi só um comentário em linhas gerais, não estou em posição de dar conselhos e nem sou profissional de educação ou coisa assim.
Então, apenas algumas palavras que podem ser úteis na sua tarefa de aprender inglês, e visando que se tenha o melhor aproveitamento possível, maximizando o aprendizado em menor espaço de tempo.
Em outras palavras, um conselho para manter o foco e tentar perder o mínimo de tempo possível!
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Agora, voltando à pergunta inicial, não, e sim. Depende do aluno.

Mas se você sentir que a coisa não está fluindo, que a leitura está maçante, que não está fazendo parte da sua realidade (ou de uma provável necessidade), por que manter-se numa direção em que você poderia mudar e ter maior produtividade?
Não estou dizendo que no primeiro momento que não estiver entendendo algo, você desista, que fique sendo superficial (no básico - the book is on the table - só por que é fácil. Me refiro a aprender coisas que não se use, se use pouco, ou que tenham mudado bastante, é isso.

Em tudo na vida é preciso equilíbrio e julgamento razoável, por exemplo se um aluno de outro país quer aprender português ele até pode usar um livro de alguns anos atrás, mas terá que obter um livro da nova ortográfia. O que pode (ou não causar) muito retrabalho e comparação. Já aqueles que tenham algum tipo de "imersão" e contato com a linguagem, terão maior rapidez em saber "como as coisas estão", as mudanças, etc. Linguagens (não parece), como o resto das coisas no mundo são em essência "movimento".
Obrigado pelas respostas, PPAULO e Cinnamon! A propósito, houve grandes mudanças recentes nas normas gramaticais inglesas, assim como no português do Brasil? Em 100 anos, aproximadamente, tivemos 4 grandes reformas aqui, se não me engano.
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Pelo tempo que tenho de contato com a linguagem não tenho visto muito em termos de gramática; digo, pontuação, grafia e tal.
Houve mudanças, não exatamente nesses termos. Contudo noto que, em termos práticos, o inglês da chamada América tem se afastado do inglês europeu e Africano. Até aqui tudo normal e esperado.

Houve um acréscimo monstro de palavras sob influência da aviação, mecânica, informática, comércio e o contato com imigrantes de muitos países. Tem-se tomado emprestado muitos termos de palavras alemãs, italianas, e de muitos outros países.
Por exemplo, com o nome de pessoas: Condolezza Rice ( Condolezza - corruptela do termo italiano usado na música - "con dolcezza").
Outro exemplo é a palavra Schadenfreude - do alemão.
Há termos usados lá que são originais dos esportes, tais como "cover all bases" ou "hit a home run" (acertar em cheio/ter sucesso numa tentativa de fazer algo, etc).
Ainda tem metáforas e expressões vindas das ciências aeroespaciais, da literatura, do música (Jazz, Rock, etc.).
Também há mudanças sim de geração para geração, por exemplo dos anos 50 alguns exemplos:
Groovy - awsome - incrível.
Swell - excellent - excelente.
Funky - cool or stylish - legal ou estiloso/chique.

Algumas das quais vão e voltam (igual alguns tipos de modas - que só mudam a roupagem mas são mais do mesmo) .

https://www.bustle.com/articles/169355- ... a-comeback

Ainda tem as palavras que vem da cultura popular, da música, das ruas, termos e jargões próprios de profissões (do militarismo, daqueles que navegam, da polícia, do pessoal da saúde/hospitais, das academias (universidades) e até das prisões.
É por isso que até podemos voltar aos clássicos (sempre é bom dar uma olhada no retrovisor) mas sem parar de olhar pra frente!

E há ainda as particularidades do ensino e da aprendizagem, os estilos e "novidades" que fazem uma certa diferença. Afinal, o que serve para "Joe" pode não servir para "Jim".
Assim, aparece uma escola que ensina por "phonics", que pretende substituir outra que ensina por entender cada letra e juntá-las, independente do som.
Da mesma forma, os livros de antigamente tinham vantagens que talvez os de hoje não tenham, e os atuais tenham virtudes que faltavam nos de antigamente. Não necessariamente se pode dizer que uma nova escola, tecnologia ou método, deva desprezar a precedente só por que é nova. Há que se ter equilíbrio, aproveitar o que é bom, adaptar, e por aí vai.
Como eu disse, em termos de gramática (de "plástica" se quisermos pensar assim) não mudou tanto, mudou um pouco, mas não é só isso!
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Respostas ricas em conteúdo, muito obrigado!

Aproveitando o tema: as editoras de livros (seja do Brasil, EUA, etc) "corrigem" os textos originais, nas novas edições, quando a gramática oficial muda?
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Yes, for dictionaries, for example, the publishing houses edit some parts or include others subjects, topics and/or use findings and resources in their educational material. I mean, the ones of Brazilian Portuguese.

But, I believe they make change material in English as well, take for example the fact that preposition at the end of a sentence was a taboo, a no-no.
That happened, they say, because it was an aspect of Latin and that it was a structural (grammar) transfer. The rule is not suited to the modern English language. That is, it´s not set in stone that you can´t use a preposition at the end of a sentence anymore.
The same happened to "Ich" from German that morphed into the simpler "I".
Anyway, officially English doesn´t undergo major changes the way we have with Portuguese, the last big linguistic moves were from Old English to Middle English (circa 1150-1500), in this period they had Early Middle English and Late Middle English. From them on, we have the Modern English (or New English) up to this day.
Now they don´t officially tinker with the language or grammar, just leave it just take its natural course.
So, if you go back to the roaring years (20´s) or to 50´s or jump to today literature you see different expressions and all that jazz.
But the books change in terms of visual or audio resources, but they don´t seem changing much in terms of major grammar "breakthroughs" or else.
You can see differences in style, methods, etc, though. But they favour changes in practical terms.
To illustrate this point, we can take the case of a Japanese exchange student that was killed because was killed because the didn´t know the expression "freeze" (stop/halt/stop moving), it happened because he was late to a party and went to the wrong house. Unfortunately, it was a house of a criminal, and that was what the man told him to do.
After that, they added that piece of slang to their ESL books.
So, a change in practical terms, about something that really matters!

The grammar doesn´t change much. Perhaps this is also something that makes the student abroad learn "the official grammar" and then when they get there sometimes they just get by, sometimes they have difficulties with the daily communication "in from streets".
Anyway, it´s not the English school´s fault, they have their hands full, the student must get some (complementary) English on the side.
That happens with them also, a student that comes to Sao Paulo will learn to talk "meu/mano" etc, a student that goes to Bahia will learn a couple of local slang, take "massa" for example. And the accent too.
That is not to say that they had an experience with Portuguese, and when they come later on business or pleasure in Brazil they quickly adjust themselves.