Fazer Imersão Total em Inglês

Hello guys! How's it going?

Pessoal, muito já ouvi falar sobre uma abordagem que envolve uma "imersão" do aluno na língua inglesa.
Tipo, você só escuta músicas em inglês, assiste filmes e séries legendados em inglês...
E aí entra minha dúvida. Adianta mesmo assistir tudo em inglês com legendas em inglês, sem tradução?
O meu conhecimento vai aumentar com isso?
Não entendo como isso vai realmente trazer resultados, sendo que eu não vou entender grande parte do que está sendo falado.
E mesmo que eu entenda muito pelo contexto, eu não vou conseguir repetir essas coisas que eu "entendi" quando eu precisar.

Isso realmente faz diferença no aprendizado?

Agradeço desde já! ;)

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Vou começar a responder suas perguntas pelo final.
O meu conhecimento vai aumentar com isso?
Sim, não e depende.

Quando se fala da abordagem de “imersão” eu entendo que é sobre a experiência, sobre o querer aprender inglês e fazê-lo “fazer parte de sua vida” (não é assim com qualquer linguagem?).

Dito isto, vamos tentar resignificar a palavra “imersão” aqui, uma vez que é onde a sua dúvida reside. E tem sido uma palavra tão usada e reusada que algumas vezes nem pensamos no conceito em si.
Tipo, você só escuta músicas em inglês, assiste filmes e séries legendados em inglês... 
Não seria tipo isso, acho que algumas pessoas usam ou usaram essas palavras de uma forma que dá a entender isso, ou elas próprias (algumas pessoas) se equivocam ou fazem outros se equivocarem.
O que se passa é que devemos querer sim chegar ao nível de escutar o inglês falado de uma forma que não precisemos de tradução. Para tal, a pessoa se refere a esta abordagem mas no sentindo de que é o nível que se pretende.
Explico, o estudante de inglês (seja brasileiro, chines, russo, africano ou de qualquer outro país) é geralmente disposto a ficar na sua área de conforto.
O que se pretende é que o aluno “estude” (98% de transpiração e 2% de inspiração aqui), que ele tente “respirar” como se fosse um nativo ou alguém que precisa da linguagem nativa (faça de conta que não está no Brasil e que você precisa disso).
Ah, ok o aluno não precisa agora, mas o fato é que o instrutor/professor é pago para que você esteja apto, até porque se isso não acontecer você vai malhar, vai queimar o filme dele… Então, mesmo que ele nunca precise é necessário que se ensine, que se queira que o aluno esteja apto (pelo menos superficialmente) para se comunicar.
Não entendo como isso vai realmente trazer resultados, sendo que eu não vou entender grande parte do que está sendo falado.
A passagem acima diz muito, e aqui está o “catch 22” da coisa (a pegadinha, por assim dizer).
Sim, essa “imersão” de que se fala não é uma coisa inflexível (do meu ponto de vista tá?), mas aquele que estuda tem que entender que já nesse ponto é necessário algum tipo de conhecimento, de contato com a linguagem.
Então, digamos que se alguém não teve ainda contato com noções do tipo: sons de letras em inglês (comparado com os sons de nossa linguagem), letras repetidas que mudam o som (oo, ii, etc), o “t” quando muda e fica com som de “r” (when you say nothing at all – Ronan Keating, lembra? - no matter what, etc).
No contato diário (ou mesmo não diário, mas repetitivo, mas não só “uma vez na vida outro na morte”) é que se percebe coisas como essas (em uso, inglês em carne e osso, em “real life”).
Desse modo, primeiro primeiro poderíamos assistir o filme com legenda em inglês e som em português, e depois o inverso, e finalmente tudo em inglês.
Chegar ao nível de assistir tudo em inglês é a fase que poderíamos dizer que alguém passou pelo processo de imersão, seria o processo até chegar lá (com isso, houve bastante estudo envolvido, mas principalmente esforço).
Voltando ao começo - back to the crux (of the matter), aqui já nessa fase de poder assistir algo na língua inglesa, como o meu conhecimento aumenta com isso? Bom, eu aprendo algumas coisinhas e não deixo “enferrujar” outras, por exemplo:
O som de “a” em “have” no inglês britânico e australiano muitas vezes é parecido com o nosso.
O “e” de “heart’ pode ter duas pronúncias, principalmente em músicas.
Etc, etc.
Enfim, esse tipo de imersão assume um conhecimento funcional até certo ponto.

Outro “catch 22” é o fato de querermos aprender só o que precisamos, mas como poderemos saber quando vamos precisar? Não sabemos quando se vai precisar.
E mais, no caso de um filme ou outra situação de inglês falado, não é só “entender” (superficialmente digo), entender que alguém pediu para entrar na sala e teve permissão é “fácil” mas pode não ser tudo. Como aconteceu o processo de comunicação sim.
Uma pessoa pode pedir para entrar dizendo “may I come in?” que por si só denota respeito ou algum tipo de situação subordinada (se dirigindo à alguém que pode dar permissão). Obviamente a pessoa que permite pode dizer “sure, you can” afinal é alguém “que pode” fazer isso (pode decidir pela não formalidade ou não).
Daí que, eu posso estar assistindo o filme, ver isso e não perceber as nuances. Para mim a conversa flui mas eu posso usar as palavras numa situação errada (e ter um resultado contraproducente, podendo até causar uma
Resistência contra mim ou ao que digo.)

Eu gosto muito de ler e procurar situações do dia a dia, e algumas vezes (senão muitas) tenho encontrado situações que não vi em filmes ou outro meio. Eu vejo aqui nesse “novel” The Associate (Grisham) a seguinte passagem:
-Can you read this on the airplane? While phrase like a question it was an outright command.
Assim eu entendo a situação, que embora tendo feito uma pergunta era uma ordem, ainda que em formato de pergunta. Não quer dizer que eu, por ter aprendido isto terei que repetí-lo “ipsis verbis” or “ipsis litteris” em algum outro lugar.

O que eu quero dizer com isso? Que nem sempre imersão quer dizer ficar assistindo filme, ou ouvindo música, etc. é fazer um esforço de entender, de estar preparado para situações e entender o(s) contexto(s).
Daí que quanto mais se tem contato com o inglês (em qualquer de suas formas) mais vocabulário se ganha, mais se apto está. Essa é minha versão e entendimento de imersão.
Na prática é tentar o máximo sair da zona de conforto e pensar como o outro pensaria na outra linguagem.

Então, sim, diante do que expliquei. Não, se a pessoa não entender imersão como uma experiência, um processo de longo prazo, não é aprender por osmose pura e simplesmente. Por osmose vem, por osmose sai da cabeça!

E depende do aluno, do professor, do método, do tipo de inglês a que se está sendo exposto, etc. Afinal, estudar inglês deve ser levado a sério (apesar de se procurar ter prazer, se divertir fazendo isso).
Ou seja “whatever is worth doing at all, is worth doing well.” (tudo aquilo que valer a pena ser feito, vale a pena ser feito bem.)
Não confundir com ”..is worth overdoing it.” (...vale a pena exagerar exagerar na dose.)!

Equilíbrio é o nome do jogo.

https://www.youtube.com/watch?v=vmaKSx7ruS8
(Está em inglês, mas pode usar legenda (clicando no CC) e pode usar o dicionário para traduzir, o que importa é a mensagem aqui.)

P.S.: É apenas um comentário aqui, de forma informal e despretenciosa, não sou profissional de ensino ou coisa que o valha. Apenas estou passando um pouco do que aprendi de minha própria experiência e de outros. Assim, não estou tentando cobrir todos os pontos de um tópico tão vasto; tentei apenas dar uma resposta de um aluno para outro, sem detalhar muito. Espero que, de alguma forma tenha ajudado.
Outros podem dividir suas experiências e concordar, discordar, trazer outros "insights".