Entrevista com Denilso de Lima do Inglês na Ponta da Língua

Oi, pessoal. Eu convidei o professor Deniso de Lima do blog Inglês na Ponta da Língua para nos contar sua história. Vale a pena conhecer a história desse grande professor e amigo.

Fale um pouco sobre você como pessoa!

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Denilso: Bem, é bem complicada esta coisa de falar de nós mesmos! Mas eu sou sonhador e procuro realizar estes sonhos, torná-los reais. Sou brincalhão! Amo ler livros relacionados ao meu trabalho e comportamento humano e coisas assim. Sou uma pessoa normal, acredito. Tenho meus defeitos… Afinal, quem não tem! Me considero um profissional em constante aprendizado e que ama passar adiante aquilo que aprende!

Você disse que adora ler livros relacionados ao seu trabalho. Então nos fale um pouco sobre isto: o seu trabalho.

Denilso: Eu sou apaixonado pelo que faço. Sou Professor de Língua Inglesa. Estou dando aulas desde 1994. Já passei por várias escolas: CCAA, CNA, Fisk, Skill, Cultura Inglesa, Instituto Britânico e outras. Na verdade, tudo começou na Follow me, uma escola que acredito não existir mais. Em algumas destas escolas fui Coordenador Pedagógico e Gerente Administrativo. Hoje além de professor, posso também dizer que sou escritor por paixão. Mantenho o blog Inglês na Ponta da Língua e tenho o livro com o mesmo título publicado pela Editora Elsevier/Campus. Dou palestras, treinamentos e workshops para professores de língua inglesa. Presto consultoria em metodologias e abordagens de ensino de línguas para algumas escolas. Enfim, amo muito a língua inglesa e a profissão que resolvi seguir. Para encerrar esta resposta, atualmente realizo um estudo – pesquisa – para entender porque aprender inglês no Brasil é tão difícil e ainda o papel das memórias no aprendizado lexical – de vocabulário – da língua inglesa. Assim, me considero um linguista e cientista! Sobre estes outros assuntos, podemos abordá-los mais em outro momento.

Muito bem! É uma carreira bem interessante, com certeza! Nos conte um pouco sobre como você aprendeu inglês! Que curso freqüentou? Que estratégias usava? Nos fale a respeito de sua aprendizagem da língua!

Denilso: Falar um pouco sobre como aprendi inglês? Nossa é uma história bem longa, mas posso resumir. Tudo começou quando eu ainda era um bebê… (risos)! Brincadeira! Eu sempre fui curioso por línguas. Quando criança queria aprender grego e hebraico para um dia traduzir a Bíblia ou pelo menos lê-la nas línguas originais. Aos 13 ou 14 anos comecei a estudar inglês por conta própria. Nunca frequentei um curso de idiomas! Minha família não tinha condições de pagar por isto! Logo, a solução era ficar na biblioteca da escola lendo livros de inglês, contar com a ajuda de alguns amigos que me davam livros e fitas para estudar em casa. Assim, eu ia estudando! Estava o tempo todo com um livro de inglês nas mãos decorando frases e ou palavras isoladas. A pronúncia só era possível porque eu tinha um dicionário que tinha a pronúncia de forma aportuguesada; ou seja, a palavra “hi” vinha com a pronúncia “rai” entre parênteses. Eu lia bastante e escrevia também! Hoje, pego os cadernos daquele tempo e vejo como meu inglês era sofrível.

E o Listening! Como você fazia!?

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Denilso: Esta é a parte mais hilária da história! Em 1900 e bolinha, não havia tantos recursos como temos hoje: TV a cabo, internet, revistas, podcasts, etc. Eu tinha algumas fitas, mas em casa não tinha como tocá-las! Porém, em casa tínhamos um rádio que sintonizava ondas curtas – hoje isto quase não existe mais – e assim eu conseguia captar o sinal da BBC e ouvia os caras falando inglês. O problema é que além do meu listening ser fraquíssimo o sinal desaparecia frequentemente. A solução era colocar bombril na antena do rádio para tentar melhorar o sinal. Enfim, uma loucura! Às vezes dava! Mas na maioria das vezes não dava! Sem contar que eu fingia estar entendendo algo!

E o speaking!? Você falava inglês com alguém?

Denilso: (risos) Eu falava comigo mesmo! Repetia sentenças em voz alta! Do meu modo claro! Contava histórias para mim mesmo em inglês! Tinha um amigo que manjava um pouco de inglês e, vez ou outra, conversávamos em inglês. Mas, acredito que ele não tinha muita paciência com meu inglês e desanimava de falar comigo. Eu também tinha aquela sensação de esta falando besteira! Sei lá! Enfim, listening e speaking eram um tormento para mim! Assim, como eu acho que é para qualquer um que estuda inglês. O importante é não desistir, não ter medo e persistir sempre!

Qual foi o momento crucial? O momento em que tudo mudou!

Denilso: Tudo mudou no dia em que um gringo me perguntou na rua “do you speak English?” Ao qual eu respondi nervosamente que não mas que poderia ajudá-lo. Ele então me falou em espanhol que precisava de ajuda para chegar ao correio e a uma livraria. Deixei de fazer o que estava fazendo e fui ajudar o sujeito! Depois de ajudá-lo em várias situações, fomos a uma livraria e lá encontramos um sujeito que falava inglês. Este sujeito pode ajudar o gringo muito mais que eu! Nossa que inveja! Prometi a mim mesmo que um dia falaria inglês daquele jeito! Quando eu estava saindo da livraria o gringo me chamou e perguntou o que eu fazia, minha idade (aí eu já estou com 16 anos de idade), e se demoraria para terminar o colegial (hoje, ensino médio). Respondi as perguntas dele e nos despedimos após efusivos agradecimentos. (risos).

Este foi o momento crucial por que logo depois recebi um convite para morar em uma colônia de americanos e aí foi onde a coisa começou a ganhar forma. Aprendi a ouvir inglês! Aprendi a arriscar-me mais no speaking! Adquiri mais vocabulário! Enfim, foi um momento realmente muito importante na minha vida! Não só pelo lado do inglês, mas também na formação do meu caráter, minhas atitudes, na forma de encarar a vida. Enfim, em praticamente muitas coisas!

Você já foi a algum país de língua inglesa?

Denilso: Ai Alessandro, esta pergunta costuma me incomodar, sabe? Pois a resposta é “não, eu nunca fui aos EUA, ou à Inglaterra ou a qualquer outro país de língua inglesa”. Tudo o que sei em questões de inglês – gramática, vocabulário, pronúncia, metodologias e abordagens de ensino, etc – devo à muita curiosidade, força de vontade, motivação e encheção de saco mesmo! Sempre perturbo quem sabe mais que eu! Perturbo com moderação, claro!

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Geralmente, quando respondo a esta pergunta, as pessoas retrucam dizendo algo como “e como você se garante no inglês? Afinal você nunca foi a um país de língua inglesa!”

Bom, eu sempre estabeleci um objetivo! Não estudava apenas por estudar! Tinha sempre algo a mais em mente! Assim em 1998 eu obtive o First Certificate in English (FCE); em 1999, o Certificate of Advanced English (CAE); e, em 2001 o Certificate of Proficiency in English (CPE). Todos concedido pela conceituada Universidade de Cambridge, Inglaterra.

Já trabalhei, e ainda trabalho, como intérprete e tradutor. Não é meu ganha-pão principal, pois aqui em Rondônia ainda não há uma procura grande por estes profissionais. Mas quando é necessário meu nome está na lista de pessoas qualificadas para tal! Até hoje, não cometi nenhuma gafe ou causei danos aos meus contratantes. Logo, acredito que o trabalho esteja sendo bem feito e assim posso me garantir no inglês. Você está me entendendo?

Sim, claro, perfeitamente! E o livro: Inglês na Ponta da Língua? Como foi a ideia para escrevê-lo? Como tudo começou!

Denilso: Esta é outra longa história! Tudo começou em 2002 quando sai da Cultura Inglesa. Sempre tive um monte de material escrito: aulas, anotações, expressões, dicas, curiosidades, etc! Resolvi organizar tudo baseado no modo como eu havia aprendido. Descrevi um pouco da minha experiência, minhas estratégias, etc. Sempre baseadas no Lexical Approach, uma abordagem de ensino que preza pela aquisição de vocabulário e não da gramática formal – tá aí outra coisa sobre a qual podemos falar. Organizei tudo e enviei a uma editora. Muitos na época me achavam louco; afinal, onde já se viu um sujeito de Rondônia escrever um livro. Praga ou não, a primeira editora negou o livro. Alegaram ser péssimo, sem conteúdo, nada instrutivo, expressões cafonas, etc. Enfim, acabaram comigo. Passado o baque! Ergui a cabeça e reorganizei o material! Meus amigos me incentivaram a enviar tudo para a Editora Campus. Eu relutei, claro. Afinal, a Campus é uma grande editora! Logo, se uma pequena disse não, imagine um gigante de peso, que tem em sua lista de autores nomes como Ron Martinez, Ulisses Wehby de Carvalho, Jack Scholes, Michael Jacobs e outros. No entanto, na terça-feira de carnaval de 2003, eu (regado a um pouco de vinho, claro) enviei o prospecto para a Campus e na sexta-feira da mesma semana eles entraram em contato comigo solicitando o manuscrito. Resumindo, em dezembro de 2003 o livro foi publicado!

Sobre o que exatamente é o livro Inglês na Ponta da Língua?

Denilso: Costumo dizer que o Inglês na Ponta da Língua é um livro de autoajuda educacional. Lá você vai aprender a aprender inglês. Não é um livro como os outros! Não dou apenas as respostas das dúvidas ou coisas assim! Eu explico ao leitor o que é vocabulário hoje no ensino de línguas. Acredite, vocabulário não é lista de palavras apenas! Falo sobre motivação, auto avaliação, organização do material, caderno de vocabulário, dicas de memorização de expressões e palavras, aprendizado contínuo. Falo sobre traduzir palavras e expressões de forma significativa. Dou dicas de expressões, palavras isoladas organizadas por campo semântico, phrasal verbs, expressões idiomáticas, etc. Como aprender gramática através das palavras! Como tirar proveito de textos na internet, músicas e filmes. Enfim, é um livro que deixa bem claro ao leitor técnicas e mais técnicas de como se pode tirar proveito do curso de inglês dele ou mesmo como aprender inglês por conta própria. Afinal, os recursos hoje são inúmeros quando comparados ao tempo em que eu penava para aprender inglês. Em resumo, Inglês na Ponta da Língua é um livro bem diferente do que as pessoas estão acostumadas a encontrar por aí. É um livro de um brasileiro para brasileiros que querem aprender inglês de um modo diferente.

Para quem o livro é indicado?

Denilso: O livro é indicado a alunos de inglês de qualquer nível – básico, intermediário, avançado. É indicado também para professores de língua inglesa, que queiram dicas de como melhor ensinar vocabulário em suas aulas. Alunos dos cursos de letras podem aprender muito com ele também. Todo e qualquer área do conhecimento que necessite do tal inglês pode encontrar sugestões de aprendizagem no Inglês na Ponta da Língua. Pessoas que já se desmotivaram para aprender inglês podem recobrar o ânimo lendo o livro. Enfim, curiosos em geral. O livro está escrito em português, assim qualquer um poderá tirar proveito dele. Eu, da minha parte, me coloco à disposição dos leitores a trocar ideias por meio do meu blog, via e-mail, ou até mesmo pelo Orkut – comunidade e perfil.

Professor Denilso, muito obrigado pelo tempo e paciência em responder a nossas perguntas!

Denilso: Sem esta de “professor”, sou ainda um aprendiz que simplesmente colabora com o aprendizado dos demais (risos). Sou eu quem agradeço pela paciência que você teve em ouvir minha história e por dedicar um dia – talvez dois – do seu blog ao meu trabalho. Desejo muito sucesso a você! Torço para que seu trabalho cresça sempre e sempre e que seus leitores continuem sempre te apoiando e aprendendo sempre cada vez mais e mais com você.

É isso aí pessoal. Sempre que possível estarei realizando entrevistas com profissionais gabaritados da área de ensino de idiomas, essa foi apenas a primeira. Aguardem as próximas!

See you soon!

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Alessandro

Alessandro Brandão

Alessandro é fundador do English Experts e do Fórum de idiomas. Trabalha também em projetos na área de Ensino a Distância (EaD).

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