Devo corrigir a pronúncia dos alunos iniciantes?
Sou professora de Inglês e quero saber a sua opinião em relação a pronúncia de alunos iniciantes. Eu acredito que se deve corrigir a pronúncia desde as primeiras aulas para que os alunos não criem vícios. Porém, já conversei com professores que acham que se os alunos forem corrigidos eles ficarão inibidos e portanto preferem deixar para ajudá-los a melhorar a pronúncia mais tarde. O que fazer?
Abraço,
Pergunta enviada por Carol via Email
Abraço,
Pergunta enviada por Carol via Email
TESTE DE NÍVEL
10 respostas
Carol, obrigado pelo contato.
O quesito pronúncia provoca muita polêmica quando se trata de professores de inglês brasileiros. Em primeiro lugar faço uma crítica muito ácida a alguns professores (espero que não seja esse o seu caso) que não se esmeram no estudo sistemático da fonética. Nossos alunos não são especialistas na língua e nós sim. Temos que saber de onde vêm os sons, como se formam, o que acontece com as junções consonantais/vocálicas, etc.
Pensemos num exemplo bem comum: quando começamos a fazer academia ficamos todo doloridos durante um tempo porém com a constância do exercício os músculos vão se acostumando e já incorporam tal movimento como sendo comum. Falar outro idioma tem função semelhante: alguns sons que produzimos quando falamos inglês nunca foram articulados antes pelo nosso trato vocal então é questão de costume mesmo.
Daí entramos na questão da pronúncia do profissional de ELT do Brasil. Nos treinamentos que tenho dado ao longo destes anos de magistério vejo que muitos professores têm "ouvido fechado". Ou seja, "aprenderam" determinada pronúncia de determinada palavra de forma incorreta e mesmo que ouçam documentos reais (filmes, músicas, séries,etc) não se atêm à melhora da pronúncia incorreta e continuam falando da forma de sempre. Só falamos bem quando ouvimos bem e agora entro no seu questionamento: o quanto mais o aluno ouvir corretamente, mais corretamente ele vai falar (quanto mais input melhor será o output). Com relação à correção, fazer exercícios de drills, de repetição, mesmo que algumas abordagens condenem, eu ainda considero essencial para uma boa fluência. Pontuar uma pronúncia incorreta pode expor o aluno, mas há várias maneiras de fazer um exercício de awareness, olha a seguinte: escolha um dia e anote discretamente os erros mais crassos dos alunos, numa outra aula, que não precisa ser a próxima, elabore algumas frases que contenham tais palavras e diga assim, "Vou ler um texto com alguns erros de pronúncia, tentem descobrir quais são" e daí vai. Você fez uma correção pedagogicamente aceitável e não soou como correção.
No meu curso de inglês para professores desmistifico muitas das crenças que alguns professores têm com relação à pronúncia, como as consoantes finais (pronunciar dog como "dógui"), letra S impura ("students", "istudênti") etc e muitos saem do curso tristes pois lecionam há mais de 20 anos e sempre ensinaram incorretamente. Em contrapartida muitos também se enchem de presunção e dizem, "Faço isso há mais tempo que você então vou continuar fazendo assim".
Se você quiser posso passar uma bibliografia com vários títulos sobre a aprendizagem de pronúncia pois formei muitos dos meus conceitos atuais estudando-os.
Agradeço seu e-mail e é sempre reconfortante receber contato de colegas professores que realmente estão preocupados com como seus alunos aprendem, é muito valioso e renderá frutos muito positivos, tenha certeza.
Atenciosamente,
Resposta enviada pelo Prof. Adir Ferreira via Email
O quesito pronúncia provoca muita polêmica quando se trata de professores de inglês brasileiros. Em primeiro lugar faço uma crítica muito ácida a alguns professores (espero que não seja esse o seu caso) que não se esmeram no estudo sistemático da fonética. Nossos alunos não são especialistas na língua e nós sim. Temos que saber de onde vêm os sons, como se formam, o que acontece com as junções consonantais/vocálicas, etc.
Pensemos num exemplo bem comum: quando começamos a fazer academia ficamos todo doloridos durante um tempo porém com a constância do exercício os músculos vão se acostumando e já incorporam tal movimento como sendo comum. Falar outro idioma tem função semelhante: alguns sons que produzimos quando falamos inglês nunca foram articulados antes pelo nosso trato vocal então é questão de costume mesmo.
Daí entramos na questão da pronúncia do profissional de ELT do Brasil. Nos treinamentos que tenho dado ao longo destes anos de magistério vejo que muitos professores têm "ouvido fechado". Ou seja, "aprenderam" determinada pronúncia de determinada palavra de forma incorreta e mesmo que ouçam documentos reais (filmes, músicas, séries,etc) não se atêm à melhora da pronúncia incorreta e continuam falando da forma de sempre. Só falamos bem quando ouvimos bem e agora entro no seu questionamento: o quanto mais o aluno ouvir corretamente, mais corretamente ele vai falar (quanto mais input melhor será o output). Com relação à correção, fazer exercícios de drills, de repetição, mesmo que algumas abordagens condenem, eu ainda considero essencial para uma boa fluência. Pontuar uma pronúncia incorreta pode expor o aluno, mas há várias maneiras de fazer um exercício de awareness, olha a seguinte: escolha um dia e anote discretamente os erros mais crassos dos alunos, numa outra aula, que não precisa ser a próxima, elabore algumas frases que contenham tais palavras e diga assim, "Vou ler um texto com alguns erros de pronúncia, tentem descobrir quais são" e daí vai. Você fez uma correção pedagogicamente aceitável e não soou como correção.
No meu curso de inglês para professores desmistifico muitas das crenças que alguns professores têm com relação à pronúncia, como as consoantes finais (pronunciar dog como "dógui"), letra S impura ("students", "istudênti") etc e muitos saem do curso tristes pois lecionam há mais de 20 anos e sempre ensinaram incorretamente. Em contrapartida muitos também se enchem de presunção e dizem, "Faço isso há mais tempo que você então vou continuar fazendo assim".
Se você quiser posso passar uma bibliografia com vários títulos sobre a aprendizagem de pronúncia pois formei muitos dos meus conceitos atuais estudando-os.
Agradeço seu e-mail e é sempre reconfortante receber contato de colegas professores que realmente estão preocupados com como seus alunos aprendem, é muito valioso e renderá frutos muito positivos, tenha certeza.
Atenciosamente,
Resposta enviada pelo Prof. Adir Ferreira via Email
Essa é uma questão muito importante realmente, porém tenho uma questão parecida porém em relação aos professores. Sou coordenador pedagógico e às vezes me vejo em situações nas quais professores que estão trabalhando em escolas de idiomas há anos, porém às vezes cometem erros (como todos), no entanto, ao serem corrigidos se sentem ofendidos.
Como fazer? Agradeço, caso possamos compartilhar experiências e conhecimento.
Como fazer? Agradeço, caso possamos compartilhar experiências e conhecimento.
Caro Paulo Leite,
Aí acho que é uma questão de humildade. Se o cara comprovadamente cometeu o erro e não teve a humildade de reconhece-lo, aí é dose.
Vamos estar todos expostos a erros. Seja em inglês, português, o quer que seja. Humildade para reconhecer o erro e tentar melhorar, vejo poucos.
Essa é a minha humilde opinião...
Aí acho que é uma questão de humildade. Se o cara comprovadamente cometeu o erro e não teve a humildade de reconhece-lo, aí é dose.
Vamos estar todos expostos a erros. Seja em inglês, português, o quer que seja. Humildade para reconhecer o erro e tentar melhorar, vejo poucos.
Essa é a minha humilde opinião...
Interesante tem muita gente que e cabeça dura e nao quer aprender o certo so porque acha que ja sabe o bastante, so porque e professor acha que ja aprendeu o suficiente. Falando como aluno eu iria gostar muito se meu professor me corrigise sempre, ta ali falando isso ta errado faz assim que e certo! A pronuncia nao e assim e assado!
Bom mas cada aluno tem a sua particularidade. E questao de humildade, se você nao e humilde por natureza tem que ser por esperteza.
Bom mas cada aluno tem a sua particularidade. E questao de humildade, se você nao e humilde por natureza tem que ser por esperteza.
Bom,na minha opnião eu acho que é bom corrigir a pronúncia sim,pois eu sei que minha pronúncia não é lá nota 10 e gostaria que o professor me falasse quando estiver errado,mas a cada dia venho melhorando,aos poucos.Eu nunca fiz cursos de inglês,estudo em casa como muitos outros que frequentam o English Experts,tento melhorar a pronúncia com filmes,musicas,documentários e etc.Mais ou menos a um ano atrás quando eu não sabia praticamente nada de inglês mesmo,eu perguntei a pronúncia da palavra KNOW para minha professora de inglês na escola,ela simplesmente me disse que era KANOU,tá como eu não sabia mesmo passou o KANOU,depois de um tempo que comecei a gostar mesmo de inglês(hoje respiro inglês 24/7 e ainda vou ser professor ),já descobri a pronúncia certa ,e daí penso,um professor ensinando errado é como o nosso amigo Lucas disse ... é dose!
TESTE DE VOCABULÁRIO
Sou professora há tres anos, mas meu contato com o ingles já é de longa data; dez anos.
Eu, que ainda sou estudante, pois mesmo depois de dez anos não sei tudo o que deveria e nem o que gostaria; tenho a convicção de que é melhor sermos corrigidos para nao voltarmnos a cometer erros. Creio que o X da questão esteja em COMO corrigir. Lido principalmente com jovens e crianças e vejo o quanto é dificil pra eles falarem ingles nas aulas, principalmente os iniciantes, por causa da vergonha e do medo de errar. Temos que encorajá-los a praticar e quando os erros aparecerem ter muito cuidado na hora de corrigir. Sou a favor da correção, mas ela deve ser utilizada com jeito e de maneria que o estudante nao fique desmotivado. Chegar até eles com carinho e se precisar até mesmo fora da sala de aula é importante....
É errando que se aprende e estes erros nao devem nos desencorajar....
ser professor hoje em dia é uma tarefa nada fácil, mas recompensante!!!!!
Taísy Silva
Eu, que ainda sou estudante, pois mesmo depois de dez anos não sei tudo o que deveria e nem o que gostaria; tenho a convicção de que é melhor sermos corrigidos para nao voltarmnos a cometer erros. Creio que o X da questão esteja em COMO corrigir. Lido principalmente com jovens e crianças e vejo o quanto é dificil pra eles falarem ingles nas aulas, principalmente os iniciantes, por causa da vergonha e do medo de errar. Temos que encorajá-los a praticar e quando os erros aparecerem ter muito cuidado na hora de corrigir. Sou a favor da correção, mas ela deve ser utilizada com jeito e de maneria que o estudante nao fique desmotivado. Chegar até eles com carinho e se precisar até mesmo fora da sala de aula é importante....
É errando que se aprende e estes erros nao devem nos desencorajar....
ser professor hoje em dia é uma tarefa nada fácil, mas recompensante!!!!!
Taísy Silva
Sim, pois se não corrigir ele ou ela te culpará depois. Isso se realmente estiver interessado em aprender.
Eu acredito que é necessário fazer a correção, mas de forma sutil.
Por exemlplo, se o aluno procunciar de forma equivocada diagnostic, como "diagnostic" em vez de "daiagnostic", o professor pode simplesmente, após o aluno terminar a frase, utilizar a palavra diagnostic em outro contexto, pronunciando da forma correta... Assim, o aluno verá que cometeu um erro de pronúncia, mesmo não tendo sigo corrigido diretamente. Além de o professor estar fazendo o seu trabalho, o de ensinar, o aluno não se sentirá de alguma forma "afetado" com a correção, já que é uma forma muito mais sutil. Há alunos que não se importam de serem corrigidos, outros, podem se sentir intimidados quando corrigidos muitas vezes... é só saber lidar de forma adequada com a situação. Corrigir, sempre! É a minha opinião, como estudante e futura professora.
Por exemlplo, se o aluno procunciar de forma equivocada diagnostic, como "diagnostic" em vez de "daiagnostic", o professor pode simplesmente, após o aluno terminar a frase, utilizar a palavra diagnostic em outro contexto, pronunciando da forma correta... Assim, o aluno verá que cometeu um erro de pronúncia, mesmo não tendo sigo corrigido diretamente. Além de o professor estar fazendo o seu trabalho, o de ensinar, o aluno não se sentirá de alguma forma "afetado" com a correção, já que é uma forma muito mais sutil. Há alunos que não se importam de serem corrigidos, outros, podem se sentir intimidados quando corrigidos muitas vezes... é só saber lidar de forma adequada com a situação. Corrigir, sempre! É a minha opinião, como estudante e futura professora.
Com certeza um professor deve corrigir a pronuncia. Alunos dizerem as palavras corretamente (ou pelo menos bem aproximada) faz parte do estudo da língua. Infelizmente parece que os professores não se importam muito com isso. Estudei durante 3 anos em uma escola de idiomas e tive alguns professores diferentes em cada modulo. A professora que tinha a didatica que eu mais gostava era justamente a que sempre me corrigia. Legal que, certa vez ela me corrigiu da pronuncia de uma palavra, e eu disse que era o modo britanico de dizer. Com uma professora que não se importa com isso, essas experiencias passariam em branco.
Como sempre fui meio auto-didata nessa lingua, aprendi a pronunciar praticamente sozinho com ajuda de livros/ revistas de pronuncia que comprei por mim msm. Isso partiu de mim já que pra eu aprender a me expressar realemente como os ingleses (sotaque do ql me espelho) tive que aprender sozinho.
O resultado era extremamente notório nas aulas, pois a diferença de minha pronuncia com os demais colegas era gritante. Lembro de algumas cenas engraçadas em que eu me esforçava pra entender o que um colega meu falava, por pronunciar as palavras como se estivesse falando em portugues. Com um sotaque brasileiro muito carregado. E ele tb, porem ao contrario. Talvez pelo fato de meu jeito bem britanico ele nao estar acostumado com tal, sei lá.
Como já disseram, isso deve vir de modo sutil, pra não inibir o aluno. Principalmente se tratando de crianças e adolescentes. Mas com certeza deve vir. Após uma frase dita por um aluno, se o professor repetir a palavra de modo certo em uma frase ou não, na minha visão soa bem melhor que um professor que diz algo do tipo "não é assim fulano, se fala assim...". Ou qd não diz nada!
Como sempre fui meio auto-didata nessa lingua, aprendi a pronunciar praticamente sozinho com ajuda de livros/ revistas de pronuncia que comprei por mim msm. Isso partiu de mim já que pra eu aprender a me expressar realemente como os ingleses (sotaque do ql me espelho) tive que aprender sozinho.
O resultado era extremamente notório nas aulas, pois a diferença de minha pronuncia com os demais colegas era gritante. Lembro de algumas cenas engraçadas em que eu me esforçava pra entender o que um colega meu falava, por pronunciar as palavras como se estivesse falando em portugues. Com um sotaque brasileiro muito carregado. E ele tb, porem ao contrario. Talvez pelo fato de meu jeito bem britanico ele nao estar acostumado com tal, sei lá.
Como já disseram, isso deve vir de modo sutil, pra não inibir o aluno. Principalmente se tratando de crianças e adolescentes. Mas com certeza deve vir. Após uma frase dita por um aluno, se o professor repetir a palavra de modo certo em uma frase ou não, na minha visão soa bem melhor que um professor que diz algo do tipo "não é assim fulano, se fala assim...". Ou qd não diz nada!
Olá pessoal,
Uma questão interessante essa.
Ao meu ver, primeiramente, quando se fala de iniciantes, faz sentido o professor ter uma boa idéia de quais são os casos de maior interferencia entre o inglês e o portugues (isto é, aqueles que realmente comprometem a transmissão da mensagem em inglês), e concentrar-se nesses problemas. Caso contrário, corrigiria-se o tempo todo, diminuindo por demais o aproveitamento, por razões já mencionadas em vários comentários.
Segundo, acho que é preciso examinar a questão se alguma metodologia, mais do que outras, diminui ou minimiza a incidencia de erros de produção oral. Alguns error comuns podem ter sua origem no fato de o aluno começar com a linguagem escrita e não oral. Talvez mais coisas devam ser introduzidas oralmente primeiro, sem relação ao escrito, para fundamentar como se diz, e não como se escreve. E só depois introduzir a forma escrita. O inglês escrito não é bom espelho -- nem mesmo para falantes nativos -- de como se vai dizer algo. A coisa mais comum para um nativo do inglês é perguntar "How do you spell that?" ao se deparar com uma palavra ou termo até então desconquecido.
De certa maneira fico pensando que um problema básico do ensino de linguas é como ensinar de tal forma a ter que corrigir o mínimo posteriormente.
Uma questão interessante essa.
Ao meu ver, primeiramente, quando se fala de iniciantes, faz sentido o professor ter uma boa idéia de quais são os casos de maior interferencia entre o inglês e o portugues (isto é, aqueles que realmente comprometem a transmissão da mensagem em inglês), e concentrar-se nesses problemas. Caso contrário, corrigiria-se o tempo todo, diminuindo por demais o aproveitamento, por razões já mencionadas em vários comentários.
Segundo, acho que é preciso examinar a questão se alguma metodologia, mais do que outras, diminui ou minimiza a incidencia de erros de produção oral. Alguns error comuns podem ter sua origem no fato de o aluno começar com a linguagem escrita e não oral. Talvez mais coisas devam ser introduzidas oralmente primeiro, sem relação ao escrito, para fundamentar como se diz, e não como se escreve. E só depois introduzir a forma escrita. O inglês escrito não é bom espelho -- nem mesmo para falantes nativos -- de como se vai dizer algo. A coisa mais comum para um nativo do inglês é perguntar "How do you spell that?" ao se deparar com uma palavra ou termo até então desconquecido.
De certa maneira fico pensando que um problema básico do ensino de linguas é como ensinar de tal forma a ter que corrigir o mínimo posteriormente.
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