Hey There! What’s up? A ideia de escrever este artigo veio da percepção de uma necessidade de olhar para alguns tópicos gramaticais a partir de uma perspectiva diferente.
Sou professor em cursos de inglês e trabalho (como aluno de graduação) com análise de livros didáticos de língua inglesa em um grupo de pesquisa da UFRJ. O que percebo nos livros é um foco muito grande nas estruturas da língua inglesa. Isso é ruim? Claro que não! O problema é que a estrutura muitas vezes é o ponto de chegada do ensino e não uma parte dele. Nós professores e também alunos estamos acostumados com essa realidade e nem pensamos em refletir sobre essa forma de ensino. Confuso né? Ok, com um exemplo você irá entender melhor.
Faça um teste: procure um livro de inglês, abra na sessão que explica o Simple Present e veja o que você encontrará: uma tabela com todas as formas de conjugação do Simple Present nas formas afirmativa, negativa e interrogativa. Logo depois, exercícios de completar com a conjugação correta.
A minha pergunta é: quando nos comunicamos em nosso dia a dia estamos mais preocupados – na maioria das vezes – com o significado, o conteúdo do que estamos dizendo ou com a forma verbal que utilizamos? A menos que a intenção seja “falar bonito”, vamos prestar atenção mais no sentido. Por que não partir da ideia de sentido, ao invés da estrutura da linguagem? Pense na circunstância abaixo:
Um amigo contando uma situação para outros amigos em um bar:
Guys, Guess what happened to me yesterday: I was waiting for the bus a guy comes with his girlfriend and cuts the line. What do I do? I leave my place and stop right before them. They look at me and ask: Are you nuts? And I say: this is my place in the line. I got here first, so sorry! [Oi pessoal, vocês não sabem o que aconteceu comigo ontem. Eu estava esperando pelo ônibus quando um cara chega com a namorada e fura a fila. O que eu faço? Eu saio do meu lugar e paro bem antes deles. Eles olham pra mim e perguntam: você está maluco? Eu viro pra eles e digo: esse aqui é o meu lugar na fila! Eu cheguei primeiro, sinto muito!]
Você pode perceber que temos muitos verbos que estão no Simple Present para falar de um evento passado (yesterday). Calma! Tem alguma coisa errada! Eu aprendi com meu professor que a gente usa o Simple Present para falar de coisas no presente. Para o passado a gente usa o Simple Past. Certo? A resposta é: não necessariamente. No exemplo acima, o tempo é passado, mas eu uso o Simple Present. Pra quê? Pense comigo, nós falamos do passado, falamos do futuro mas VIVEMOS em um eterno presente.
Dessa forma, quando usamos os verbos no presente trazemos o acontecimento para mais próximo do momento em que estamos falando e tornamos a conversa mais viva. Assim, o evento é distante em termos cronológicos, mas próximo em termos de nossa experiência. Como você pode ver, se você quiser envolver mais as pessoas, fazendo-as “perceber” o ocorrido mais intensamente, você pode – estrategicamente – usar o Simple Present.
Não esgotamos todos os usos não muito enfatizados desta forma verbal, essa é apenas a ponta do iceberg. Quando a gente fala de língua, nada é tão clear-cut (preto no branco). A ideia é estudar a estrutura, mas também o sentido que ela pode construir e utilizar esse novo conhecimento como ferramenta na nossa interação com o outro.
Aprenda mais sobre o Simple Present
- Paródia para aprender as regras do Simple Present
- Simple Present: Macete para o uso do S na terceira pessoa do singular
- Presente Simples em inglês: Conceitos básicos
- Exercício: Texto em inglês com o Simple Present
Um abraço e até a próxima!
Sobre o Autor: Thiago Moreira da Silva é professor de inglês e aluno de graduação da UFRJ. Faz pesquisas em linguística aplicada, na área de análise de livros didáticos de língua inglesa e atua também como professor no CLAC/UFRJ para alunos da graduação.
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